Olá pessoal...
Hoje teve início o Curso Introdutório de Cuidados Paliativos, curso de férias ofertado pela ESENFAR/UFAL e pelo Projeto Cuid(a)ção, e ministrado pela professora Fernanda Monteiro. No conteúdo deste primeiro dia tivemos a Filosofia e os princípios do cuidado paliativo. Nossa postagem de hoje, então, traz um breve comentário sobre o tema.
Os cuidados paliativos são uma prática interdisciplinar que visam oferecer ao paciente, no processo de morte e morrer e sua família, um cuidado envolvendo os aspectos físicos, emocionais, sociais, espirituais e culturais, com a finalidade de alcançar uma melhor qualidade de vida pelo paciente em face da sua condição de terminalidade.
Os Cuidados Paliativos devem iniciar desde o momento em que seja estabelecido pela equipe interdisciplinar em saúde o diagnóstico de doença fora de possibilidade de cura, observando o curso da doença, regredindo a terapêutica curativista e iniciando a terapêutica paliativista, sendo que naqueles momento finais da vida, assumirão o espaço exclusivo do cuidado a pessoa e sua família até o momento da morte.
Cuidar é um verbo que envolve atos humanos no processo de assistir o outro (pessoa, família e comunidade) na sua multidimensionalidade, de tal forma, que exige igualmente o relacionamento interpessoal com base nos valores humanísticos e o conhecimento científico. Cuidado é um substantivo que reflete a ação do cuidar, contudo, somente quando há o encontro entre o ser cuidado e o ser que cuida, é possível existir o cuidado.
Em cuidados paliativos, cuidar significa estar ao lado de pessoas que se encontram em condições de perda da vitalidade associada ao sofrimento psicológico; sofrimento social com o afastamento, muitas vezes, das atividades rotineiras da vida diária; sofrimento espiritual com momentos de fraqueza e falta de fé num ser superior - Deus, além dos sinais e sintomas mais perceptíveis relacionados ao sofrimento biológico como dor, dispneia, náuseas, vômitos, lesões cutâneas, dentre outros que, por consequência, levam a uma fragilidade e a perda da autonomia.
Portanto, o cuidado profissional de enfermagem envolve a perspectiva de ações do profissional enfermeiro e sua equipe que visem conhecer e respeitar os valores pessoais, psicológicos, sociais, espirituais e culturais da pessoa com indicações de cuidados paliativos e sua família, criando oportunidades para que resolvam assuntos pendentes e atuando como "ponte" a relação com os demais membros da equipe interdisciplinar (médicos, nutricionistas, fisioterapeutas, assistentes sociais, psicólogos, terapeutas ocupacionais), por estarem mais presentes junto ao paciente.
Princípios filosóficos dos cuidados paliativos:
- Proporcionar o alívio da dor e outros sintomas angustiantes.
- Afirmar a vida e encarar a morte como um processo natural.
- Não apressar ou adiar a morte.
- Integrar os aspectos psicológicos e espirituais do cuidado ao paciente.
- Oferecer um sistema de apoio para ajudar os pacientes a viverem tão ativamente quanto possível até a morte.
- Usar uma abordagem de equipe para atender às necessidades dos pacientes e suas famílias, incluindo aconselhamento de luto, se indicado.
- Melhorar a qualidade de vida, o que se espera que possa influenciar positivamente o curso da doença.
- Ser aplicado no início do curso da doença, em conjunto com outras terapias que visam prolongar a vida, como a quimioterapia ou radioterapia.
- Incluir as investigações necessárias para melhor compreender e gerir angustiantes complicações clínicas.
Por fim, assim como durante o curso hoje pela manhã, deixo um vídeo muito interessante:
Referência:
Enfermagem em cuidados paliativos: cuidando para uma boa morte / Rudval Souza da Silva, Juliana Bezerra do Amaral e William Malagutti, organizadores - São Paulo (SP): Martinari, 2013.